quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O histórico da preservação das tartarugas marinhas no Brasil

Até o final da década de 70: nenhum trabalho de conservação

As tartarugas marinhas já haviam sido incluídas numa lista de espécies ameaçadas de extinção, mas estavam desaparecendo rapidamente devido à captura incidental em atividades de pesca, da matança das fêmeas e da coleta dos ovos na praia. Houve reação e denúncias, inclusive com repercussão internacional. 1976 a 1978: primeiras expedições a Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Abrolhos. O objetivo era desbravar áreas marinhas remotas, denunciar a degradação e alertar para a necessidade de conservação. Entre os realizadores dessas primeiras expedições, a maioria estudantes de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande, estavam aqueles que integrariam, anos depois, a primeira equipe do Projeto Tamar. 1980: criação do Projeto Tamar

O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) criou o Projeto Tamar, com objetivo de salvar e proteger as tartarugas marinhas do Brasil. Como primeira ação, foram enviados questionários a prefeituras, universidade, delegacias regionais do IBDF e colônias de pescadores, de todas as localidades, do Oiapoque ao Chuí. Pesquisadores levaram dois anos percorrendo o litoral brasileiro para a identificação das espécies, locais de desova, período de desova e os principais problemas relativos à exploração. 1981: Caravana Rolidei. A equipe se auto-intitula "Caravana Rolidei", inspirada no filme Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, e realiza as primeiras iniciativas de conscientização das comunidades, registrando também, pela primeira vez no Brasil, imagens de uma tartaruga marinha em comportamento de desova. 1982: monitoramento da temporada reprodutiva nas três primeiras bases.

Depois de identificados os principais pontos de desova, o trabalho de conservação começou pela Bahia (Praia do Forte), Espírito Santo (Comboios) e Sergipe (Pirambú). No dia 18 de janeiro, o TAMAR marca uma tartaruga marinha pela primeira vez no Atol das Rocas. 1983: patrocínio da Petrobras. Os oceanógrafos procuraram a Petrobras, no Rio de Janeiro, apresentando todo o levantamento já feito, o trabalho em curso, função e objetivos do Projeto. A empresa adotou a idéia e a parceria continua até hoje. 1988: criação da Fundação Pró-TAMAR.

Entidade sem fins lucrativos criada para apoiar o trabalho de conservação das tartarugas marinhas, a fundação é responsável por parte das atividades na área administrativa, técnica, científica, pela captação de recursos junto à iniciativa privada e agências financiadoras, e pela gestão do programa de auto-sustentação.
De lá pra cá...
Até 1992, foram um milhão de filhotes protegidos e liberados ao mar. Em 1995, o número dobrou. Do início de suas atuações até 1999, o Tamar contabilizava 3 milhões de filhotes protegidos. Em 2000, alcançou-se a cifra de 4 milhões, e em 2003, 5 milhões. Agora, 28 anos depois, deve-se alcançar o total de 9 milhões de filhotes que chegaram ao mar graças à atuação do projeto.

Um comentário:

David disse...

Esse lugar é um dos melhores lugares que eu conhecia. Eu fui várias vezes e permanece no amor com o projeto. depois de conhecer o projeto, comecei a ajudar vários abrigos de animais. Eu ajudo a compra de ração para coelhos, brinquedos, etc