quinta-feira, 25 de setembro de 2008

SOS Praias



Sacos plásticos, bitucas de cigarros, restos de alimentos e latas de alumínio. O que mais parece uma seleção dos itens de uma lata de lixo doméstica, na verdade é, o que muitas vezes pode-se encontrar ao chegar numa paradisíaca praia do litoral brasileiro. Transformados em verdadeiros lixões, principalmente na temporada de verão, quando aumenta o número de freqüentadores nas praias, as areias e mares tornam-se espelhos das atitudes de cidadãos despreocupados com o bem estar coletivo.Para minimizar o problema e lutar pela preservação do meio ambiente, empresas, ONGs e voluntários têm abraçado a causa, trabalhando em projetos e campanhas educativas que chamam a atenção dos governantes e da população para o destino do lixo urbano.
Recentemente, com apoio do Grupo Abril e da marca de surfwear HD, a ONG (Organização Não-Governamental) SOS Praias Brasil lançou uma campanha que alerta os freqüentadores das praias sobre os lixos que são deixados nelas. Com o slogan "Lixo na praia não pode virar moda", a campanha criada pela Agência Publicitária DPZ, foi veiculada na Revista Capricho, na edição da primeira quinzena de fevereiro.A Abril Cultural que apóia a ONG desde 2003, cedeu espaço na revista para publicação da campanha. Fundada em 1999 por Marcelo Marinello, a SOS Praias Brasil promove desde simples ações que podem começar dentro de casa, como a divisão do lixo orgânico do não-orgânico, como principalmente, outras aplicadas em várias praias no Brasil.
Sempre presentes em eventos de música e esporte - principalmente de surf -, universidades e escolas, Marcelo e sua esposa Heloísa Azevedo viajam pelo Brasil alertando pessoas sobre a necessidade de preservar as praias para garantir uma melhor qualidade de vida. “Somos a ONG oficial do Super Surf e realizamos a gestão ambiental de todas as etapas”, fala Heloisa, referindo-se ao circuito que define a elite do surf nacional.Para prosseguir com o trabalho, a ONG conta com o apoio de outras empresas conscientes da importância de preservar e respeitar a natureza.
Desde abril de 2004, a surfwear Hawaiian Dreams veste a camisa da SOS Praias Brasil. “A HD confecciona camisetas que são utilizadas por nós, por nossos voluntários, atletas e personalidades e também são comercializadas e geram renda para a organização”, comenta.Em um motorhome, uma espécie de casa com rodas, o casal percorre o País colaborando com a limpeza das praias e também recolhendo assinaturas para um abaixo assinado que pede a construção de estações de tratamento de esgotos em todos os municípios litorâneos. De um milhão de assinaturas necessárias para que o projeto se transforme em lei federal, já foram coletas 120 mil.Durante o mês de janeiro, o grupo passou pelo litoral Norte de São Paulo e fizeram várias expedições nas praias locais. Em Ubatuba, na Praia de Maranduba, foi realizado um trabalho com os campistas do Camping Clube Brasil e freqüentadores da praia.
“Fomos até a Ilha da Ponta, que fica em frente ao camping, para coletar o lixo deixado por visitantes e também levado pelas correntes”, explica Heloisa. “É uma ilha completamente deserta e ninguém se preocupa com a limpeza. Também constatamos que já não existem muitos peixes em volta dessa ilha e até os ouriços já não se reproduzem por lá. Uma perda para todos nós”, lamenta. Em uma das expedições, na Ilha da Ponta, foi colocada uma placa, feita com material encontrado na areia e reaproveitado.Também apóiam essa iniciativa as empresas Tent Beach, Belmacut, Utwo, Impacto Radical, Super Surf, DPZ, Gretta Silk e a Oakley.
Para quem quiser abraçar a causa e colaborar com o projeto é só entrar em contato com a SOS Praias Brasil pelo site www.sospraiasbrasil.cjb.net

Preservação marinha ainda é pouco discutida.



Discussões sobre os problemas que afetam o meio ambiente marinho ocorrem com menos freqüência que os debates sobre o ecossistema terrestre. Essa é a opinião de alguns dos palestrantes do seminário "VIDA MARINHA - Desenvolvimento e Preservação dos Mares", que acontece no dia 16 de maio, no Parque Balneário Hotel, em Santos (SP). Daí a importância desse evento como foro de discussões relacionadas à conservação do ambiente oceânico.
"Nós somos animais terrestres, portanto é natural que prestemos mais atenção aos ecossistemas terrestres. Mas essa visão é míope, pois os ecossistemas marinhos são a base de toda a vida no planeta", afirma Roberto Vámos, Diretor-Presidente da Surfrider Foundation Brasil. Vámos destaca que o evento é importante porque poucas pessoas têm consciência ou sabem dos impactos humanos sobre o ambiente marinho e como está alarmante a situação dos mares atualmente.Na opinião do ambientalista e Presidente do Projeto Baleia Franca, José Truda Palazzo Jr, o governo federal precisa dar mais atenção aos oceanos. "O Ministério do Meio Ambiente prioriza a Amazônia e se esquece do mar brasileiro, onde não se criam áreas protegidas".Ele acredita que o seminário "VIDA MARINHA - Desenvolvimento e Preservação dos Mares" é importante porque a discussão do tema conservação dos ecossistemas marinhos tem se transformado em prioridade na agenda internacional, o que não ocorre ainda no Brasil, segundo ele.
"Eventos como esse servem de alerta para a sociedade e como oportunidade de intercâmbio de idéias, formação de parcerias e alianças para enfrentar os desafios da conservação do mar brasileiro", afirma Palazzo Jr.Berenice Gallo, oceanógrafa e Coordenadora Regional da Fundação Pró-Tamar - Base Ubatuba, acredita que o oceano tem muito ainda para ser estudado e que os impactos causados não são visíveis no ambiente terrestre. "Para muitos, o mar tem capacidade inesgotável de diluir e desaparecer com toda a sujeira jogada nele, o que sabemos que não é verdade".Já com a abordagem da sustentabilidade do ecossistema marinho em meio ao desenvolvimento tecnológico, o Líder de Produção da Dow Guarujá, Climério Pinto, acredita que as discussões voltadas para a sustentabilidade dos ambientes terrestres e marinhos estão crescendo. "Temos diversas movimentações voltadas à sustentabilidade e atuação responsável por parte dos setores privado, público e organizações não-governamentais". O seminário "VIDA MARINHA - Desenvolvimento e Preservação dos Mares" se destina a autoridades; especialistas e estudantes de Oceanografia, Biologia e Meio Ambiente; membros de ONGs; técnicos e especialistas do Poder Público e lideranças comunitárias.

Campanha tenta salvar tartarugas em risco de extinção


Dois terços da população de tartarugas e cágados do mundo estão ameaçadas pelo crescimento das aglomerações humanas, de acordo com ambientalistas.Para tentar mudar esta situação, está sendo lançada uma campanha de US$ 5 milhões (R$ 14,8 milhões) para salvar as espécies mais ameaçadas.A principal ameaça às tartarugas é seu uso como alimento ou fonte de ingredientes para medicina tradicional no extremo oriente.
Cientistas calculam que alguns tipos de tartarugas podem ser extintos num período de 20 anos. A campanha está sendo promovida por uma série de entidades conservacionistas, entre elas o Fundo de Conservação das Tartarugas, o Centro para Ciências Aplicadas à Biodiversidade e a União Conservacionista Mundial.A lista de espécies que serão alvo da campanha exclui os oito tipos de tartarugas marinhas, mas inclui algumas de água doce.Entre elas estão a roti, da Indonésia, a tartaruga-estrela birmanesa e tartaruga-mapa do Mississipi.
De acordo com o Fundo de Conservação das Tartarugas, 200 das 300 tartarugas de água doce correm risco de extinção e precisam de proteção.Uma das principais ameaças se refere ao consumo da carne de tartaruga como comida.Centenas de milhares de tartarugas foram exportadas nos últimos dez anos dos Estados Unidos para a China, onde são usadas como alimento.

O histórico da preservação das tartarugas marinhas no Brasil

Até o final da década de 70: nenhum trabalho de conservação

As tartarugas marinhas já haviam sido incluídas numa lista de espécies ameaçadas de extinção, mas estavam desaparecendo rapidamente devido à captura incidental em atividades de pesca, da matança das fêmeas e da coleta dos ovos na praia. Houve reação e denúncias, inclusive com repercussão internacional. 1976 a 1978: primeiras expedições a Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Abrolhos. O objetivo era desbravar áreas marinhas remotas, denunciar a degradação e alertar para a necessidade de conservação. Entre os realizadores dessas primeiras expedições, a maioria estudantes de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande, estavam aqueles que integrariam, anos depois, a primeira equipe do Projeto Tamar. 1980: criação do Projeto Tamar

O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) criou o Projeto Tamar, com objetivo de salvar e proteger as tartarugas marinhas do Brasil. Como primeira ação, foram enviados questionários a prefeituras, universidade, delegacias regionais do IBDF e colônias de pescadores, de todas as localidades, do Oiapoque ao Chuí. Pesquisadores levaram dois anos percorrendo o litoral brasileiro para a identificação das espécies, locais de desova, período de desova e os principais problemas relativos à exploração. 1981: Caravana Rolidei. A equipe se auto-intitula "Caravana Rolidei", inspirada no filme Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, e realiza as primeiras iniciativas de conscientização das comunidades, registrando também, pela primeira vez no Brasil, imagens de uma tartaruga marinha em comportamento de desova. 1982: monitoramento da temporada reprodutiva nas três primeiras bases.

Depois de identificados os principais pontos de desova, o trabalho de conservação começou pela Bahia (Praia do Forte), Espírito Santo (Comboios) e Sergipe (Pirambú). No dia 18 de janeiro, o TAMAR marca uma tartaruga marinha pela primeira vez no Atol das Rocas. 1983: patrocínio da Petrobras. Os oceanógrafos procuraram a Petrobras, no Rio de Janeiro, apresentando todo o levantamento já feito, o trabalho em curso, função e objetivos do Projeto. A empresa adotou a idéia e a parceria continua até hoje. 1988: criação da Fundação Pró-TAMAR.

Entidade sem fins lucrativos criada para apoiar o trabalho de conservação das tartarugas marinhas, a fundação é responsável por parte das atividades na área administrativa, técnica, científica, pela captação de recursos junto à iniciativa privada e agências financiadoras, e pela gestão do programa de auto-sustentação.
De lá pra cá...
Até 1992, foram um milhão de filhotes protegidos e liberados ao mar. Em 1995, o número dobrou. Do início de suas atuações até 1999, o Tamar contabilizava 3 milhões de filhotes protegidos. Em 2000, alcançou-se a cifra de 4 milhões, e em 2003, 5 milhões. Agora, 28 anos depois, deve-se alcançar o total de 9 milhões de filhotes que chegaram ao mar graças à atuação do projeto.

As Tartarugas Marinhas

As tartarugas marinhas podem medir 2 m de comprimento e chegar a pesar até 600 kg. Elas vivem em águas tropicais e estão mais adaptadas às águas frias devido a sua derme grossa e oleosa. Elas possuem extremamente desenvolvidos os sentidos da visão, do olfato e da audição, além de terem um senso de orientação impressionante.

A característica mais marcante da tartaruga de couro, por exemplo, é a consistência de sua carapaça que não é constituída de placas ósseas, mas sim recoberta por uma pele grossa e coriácea (semelhante ao couro).

As tartarugas-marinhas se alimentam basicamente de águas-vivas e de sua fauna acompanhante. Infelizmente, elas confundem sacos plásticos ou celofane com águas-vivas e correm o risco de morrerem por indigestão. Utiliza as patas como nadadeiras e nada a uma velocidade de 20 km/h.

A espécie de tartaruga verde se alimenta de algas e, por isso, é encontrada em grande quantidade no litoral brasileiro. Quando atinge a idade adulta, ou seja, 20 a 25 anos, a espécie vive dispersa na imensidão dos mares e sabe exatamente o momento e o local da reunião para reprodução. Nessa época, as tartarugas verdes viajam longas distâncias para retornarem às ilhas oceânicas onde nasceram para iniciar a desova.

O filhote de tartaruga tem todas as unhas, mas ele as perde quando se torna adulto. Apenas o macho conserva uma unha, grande e recurvada, com a qual ele se agarra às costas da fêmea durante o acasalamento. Isto é necessário porque o acasalamento ocorre enquanto as tartarugas nadam.

A fêmea escolhe um entre vários machos. A cópula dura várias horas, a fecundação é interna e uma fêmea pode ser fecundada por vários machos. Em geral, as fêmeas desovam de 4 a 6 vezes por temporada, com 61 a 126 ovos por ninho. Porém, mais da metade do ninho consiste de ovos não férteis. A incubação varia de 50 a 78 dias e a temperatura ideal é em torno de 29º C.

A ilha de Trindade é o maior ponto de desova da tartaruga verde no Brasil. As tartarugas tomam conta das praias para depositarem os seus ovos. Nas praias da Tartaruga e de Andradas, a areia é totalmente moldada por grande buracos, cada um com mais ou menos 2 metros de diâmetro, feitos pelas fêmeas para abrigar seus ninhos.

A luta pela sobrevivência da espécie impressiona e comove. Estima-se que, de cada mil tartarugas nascidas, apenas uma ou duas chegarão à idade adulta. O governo Federal norte-americano listou a tartaruga-de-couro como em extinção mundial. A estimativa atual é de que existam apenas de 20 mil a 30 mil tartarugas de couro fêmeas em todo o mundo.
Tamar
O Projeto Tamar funciona há 21 anos e atua em 20 bases distribuídas por oito Estados da costa brasileira. A principal função do projeto é pesquisar o comportamento e elaborar ações para preservar as espécies, que servem para orientar o homem na redução dos efeitos nocivos no ambiente em que vivem os animais, como a pesca, a iluminação artificial e o tráfego de veículos nas áreas de desova. Para facilitar as pesquisas, as tartarugas encontradas na costa são marcadas com grampos de identificação, possibilitando o acompanhamento do crescimento e das rotas do animal. Nas principais bases, pontos de desova e de alimentação, o Tamar mantém algumas espécies em cativeiro, que servem para estudos e principalmente para divulgação da importância do projeto e a conscientização da comunidade.

VOCÊ SABIA QUE...

- Ao beber água do mar, a tartaruga marinha absorve muito sal. Para não morrer com o excesso dessa substância, ela costuma eliminar o sal através de suas lágrimas.
- A maior tartaruga-de-couro que foi registrada era um macho encalhado na Costa Ocidental de Gales em 1988. Ele pesou 916 kg.
- A maior tartaruga marinha, a alaúde, consegue colocar 100 ovos em apenas dez minutos.
Origem e História

As tartarugas marinhas surgiram há mais ou menos 150 milhões de anos e conseguiram sobreviver a todas as mudanças ocorridas no planeta ao longo de todo este tempo. Porém, a sua origem foi na terra e, na sua aventura para o mar, evoluíram diferenciando-se de outros répteis.
Assim, o número de suas vértebras diminuiu e as vértebras restantes se fundiram às costelas, formando uma carapaça resistente, embora leve. As tartarugas perderam os dentes, ganharam uma espécie de bico e suas patas se transformaram em nadadeiras. Tudo isso para se adaptarem à vida no mar.

Fonte: petfriends.com.br